Desde que
se iniciou a jornada
sapiens,
todos os santos dias,
uns querem a paz,
e oram, e lutam por
ela com suas vidas,
outros declaram a
guerra
com suas soberbias;
uns desperdiçam o
valioso
alimento, destinando-o
a lixões frios
outros passam muita
fome
de estômago vazio;
uns moram
em seus bairros, ruas
e casas ideais
outros sequer têm
algum teto
para se cobrirem;
uns regozijam sua
inteligência,
seu trabalho digno e
seu status social,
outros se acabrunham
de vergonha;
uns dizem amar,
outros realmente amam
e caem
quando descobrem
a dissimulação;
uns dizem ser
o que nunca foram,
outros se movem para
tentar melhorar
da seara a plantação.
Sim, todos os dias,
desde que o homem
vestiu
sua primeira roupa,
uns sorriem
as aventuranças e as
abonanças,
outros choram as
desgraças
proscritas;
uns beijam, afagam
e levam o conforto a
berços derradeiros,
outros escarram e
desdenham
a dor a alheia
– só os templos ainda
pueris
se salvam por sublime
e indelével
inocência –;
uns leem
e escrevem emocionados
alguns poemas,
outros desdenham-nos
por inteiro;
alguém dá
um derradeiro adeus,
alguém solta um grito
agudo
de dor.
Sim, todos os dias,
como se estivéssemos
rezando
uma maldita cartilha
repetida.
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