Tudo que vejo ou imagino
nasce em mim e me pertence
a meu
modo de ver
e a meu aprazer;
além disso,
na realidade alheia das coisas,
eu é que estou em tudo,
em amontoado de átomos
dispersos,
sem que eu possa
compreender tal paradoxo
ou me dar conta de que a vazão
de minha sensicência
se dá ao lixo
de prováveis existências
talhadas a fragmentos lumes
de açoites.